quinta-feira, 30 de outubro de 2014

QUEM CORRE DEVE FAZER MUSCULAÇÃO OU OUTRA ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Por Gustavo Luz 

A musculação não deve ser encarada como uma atividade indispensável para os corredores. Ela tem a sua importância e, dependendo do seu objetivo, pode ser uma grande aliada para você encarar os seus desafios. Mas você pode não gostar de malhar e preferir fazer uma outra atividade complementar ou pode não ter tempo para nada disso, é corrida e olhe lá. Mas fique tranquilo, não malhar não significa que você vai se machucar. Se você consegue fazer musculação de forma regular, seus músculos tendem a ficar mais resistentes e, com isso, se o seu negócio é desempenho e velocidade, você talvez passe a ter a capacidade de tolerar um treinamento mais intenso, e se consegue treinar mais forte, talvez possa alcançar metas mais difíceis. 
Se você não curte malhar e prefere fazer apenas outra atividade complementar à corrida, não tem problema, pode fazer. Atualmente o corredor tem várias opções, como por exemplo o Pilates, que veio pra ficar e desenvolve um belo trabalho de alongamento e força; os sistemas de treinamento funcional estão avançando e se solidificando (com vários exercícios interessantes para os corredores); os treinos na areia, com movimentos de saltos, zigue-zagues, agachamentos e piques; ou mesmo um ou outro exercício simples de agachamento ou com uso de elásticos em casa mesmo. 

Todas essas atividades também têm o objetivo de promover uma melhora geral no seu corpo. Entretanto, tenha a sensibilidade de identificar o quanto de musculação ou dessas outras atividades faz bem para você. É importante ter tempo pra descansar desses treinos e cuidados para se alimentar de forma ainda mais criteriosa. Treinar musculação demais, por exemplo, pode atrapalhar o período de descanso da corrida e, com isso, uma atividade que teria vindo para somar no ganho de condicionamento pode atrapalhar o seu desempenho nas corridas. 
Mas se você não gosta de musculação ou não consegue nada além do tempo pra treinar corrida? Relaxe, existem coisas na sua vida que podem não mudar, e pode ser que você tenha que correr pelo resto da vida sem malhar. Talvez a maior causa dos machucados nos corredores seja o excesso de treinos, não a falta de musculação ou algo complementar. E se você já sabe que a sua realidade é essa, de uma maneira geral, pegue mais leve nos treinos, faça as progressões de volume e de intensidade com mais cuidado, talvez valha a pena fazer algumas caminhadas  ou diminuir a intensidade daquele treino intervalado que te deixa exausto no final. 
Fique atento ao equilíbrio entre as práticas esportivas e as coisas que você faz durante o dia. Se em um dia chegar mais cansado do trabalho, malhe mais leve ou faça um pouco menos da aula de Pilates. Não force a barra para fazer as atividades complementares se estiver com sono ou muito dolorido de um treino de corrida. Nesse caso, talvez seja melhor trocar o uma hora de treino por uma hora de sono. Se você souber dosar e administrar todos os seus dias, vai tirar o melhor proveito das atividades fora da corrida e continuará sem se machucar.

sábado, 11 de outubro de 2014

TÊNIS PARA CRIANÇAS: CONFIRA DICAS PARA PREVENIR PROBLEMAS FUTUROS

Por Raquel Castanharo 

Existe uma grande e pertinente preocupação dos pais a respeito dos pés das crianças. Se é chato, se pisa mais de lado do que de outro, se está um pouco torto e qual tipo de sapato seria o mais adequado para corrigir e prevenir problemas futuros. As botinhas ortopédicas estão ficando no passado e a tendência atual é estimular o pé em formação através de mais atividade e contato com o solo. 
O professor americano de saúde da família Mark Cucuzella, nome importante na área da corrida e estilo de pisada, publicou algumas dicas para a escolha de calçados para as crianças. Confira: “Baseado no que sabemos sobre desenvolvimento infantil e elementos da corrida natural, aqui estão algumas considerações antes de comprar um calçado: 
• Solas de espessura fina permitem uma propriocepção adequada, ativação neuromuscular de todo o segmento inferior e complementa a habilidade natural do corpo de absorver impacto. Crianças aprendem movimentos através da sensação do solo. O pé é a base de tudo. 
• Sapatos baixos são os melhores para atividades que envolvam corrida, pulos e escalada. Os calçados não devem ter plataformas ou grandes diferenças de altura entre a parte da frente e de trás. 
• Materias flexíveis permitem um funcionamento natural do pé. O tênis deve dobrar facilmente nas articulações dos dedos e não impedir a movimentação do arco do pé. 
• A parte da frente do calçado deve permitir que os dedos se espalhem naturalmente. Os dedos são pequenos mas poderosos. A força de alavanca do pé é maior quando os dedos estão alinhados para frente. 
• Procure por tênis que sejam feitos de material macio, respirável e lavável. Desencoraje as crianças a usarem calçados pesados e meias grossas, pois isso interfere na propriocepção e na sensação do pé no solo. Tirar as palmilhas pode ser até uma opção para aumentar a interação com o chão.”

terça-feira, 7 de outubro de 2014

EXAME PROMETE IDENTIFICAR MÚSCULOS EM RECUPERAÇÃO APÓS ATIVIDADE FÍSICA

Por Turíbio Barros 

A orientação da recuperação após uma atividade física é sempre uma preocupação para os profissionais das ciências do esporte. Neste contexto, existe uma situação muito frequente que sempre gera dúvidas. Geralmente durante as 24 a 48 horas após uma atividade mais intensa ocorre a manifestação do quadro que é conhecido como Dor Muscular de Início Tardio (DMIT). 
Como consequência da atividade intensa, os músculos utilizados no exercício sofrem “microtraumas” que originam um quadro inflamatório responsável pelo remodelamento muscular. Na verdade trata-se de um quadro normal que acaba por causar a adaptação progressiva dos músculos, assimilando os benefícios do treinamento. Durante este processo, que dura geralmente de dois a três dias, existe um quadro doloroso, de magnitude proporcional à intensidade do exercício realizado. A dúvida que surge é quanto à liberação ou não para a prática de exercícios durante este período. 

Os pesquisadores desta área de conhecimento têm buscado vários indicadores para tentar orientar esta conduta. O mais utilizado ultimamente tem sido a dosagem de uma enzima no sangue conhecida como Creatino Quinase (CK), que apresenta muitas dificuldades de interpretação devido à sua enorme variabilidade individual. Outro recurso muito interessante surgiu nos últimos anos. Trata-se de obter uma imagem fotográfica das temperaturas regionais do corpo, ou mais exatamente dos músculos solicitados no exercício previamente realizado. O processo é conhecido como termografia, sendo feito através da utilização de uma câmera fotográfica especial. 
É uma fotografia das variações de temperatura em uma determinada área do corpo, o que possibilita fazer o diagnóstico dos músculos em processo de remodelamento. Quando o músculo está em recuperação, o quadro inflamatório provoca aumento da temperatura nas áreas mais comprometidas, e a imagem termográfica registra com boa precisão, tornando possível adotar a conduta de preservar o grupo muscular. Entre várias pesquisas já realizadas sobre o assunto, um grupo de pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná publicou um artigo que ilustra perfeitamente a aplicabilidade do método, o qual pode ajudar na orientação de condutas em uma situação tão especial.