quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ESPORTE MODIFICA A FORMA, O RITMO DOS BATIMENTOS E TAMANHO DO SEU CORAÇÃO

Por Nabil Ghorayeb 

Dependendo da modalidade ou função na atividade, o coração vai ter a sua estrutura definida e até o ritmo cardíaco (pulsação) sofre com as adaptações, diz cardiologista. Um fato bastante interessante foi destacado por pesquisadores de credibilidade científica (Morganroth e Pellicia). Dependendo do esporte e da posição que se tem nele, o coração terá a sua estrutura e forma definida. Até o ritmo cardíaco tem essas adaptações. 
Atletas especializados em esportes aeróbicos, como os maratonistas ou que treinaram pelo menos seis meses fortes para participar de uma corrida de 42km no ano, têm em primeiro lugar uma forte adaptação do ritmo cardíaco. Isso diminui bastante do padrão habitual médio de 80 batimentos/minuto, para 40 a 50 batimentos/minuto, sem que isso signifique necessariamente alguma doença do marca-passo natural do ser humano. Por isso, são chamadas de adaptações fisiológicas. Evidentemente, sempre fazemos exames específicos para afastar certas doenças que causam alterações parecidas com as fisiológicas do atleta. 
Outra característica é a forma e o tamanho do coração. Em esportes como o levantamento de peso ou outro exercício anaeróbico, o atleta terá um coração de grande espessura e pouca ou nenhuma dilatação de suas cavidades (dos ventrículos), o que chamamos de hipertrofia concêntrica. Nos atletas e esportistas de alto rendimento de corridas longas, o coração tem o seu tamanho determinado pela hipertrofia excêntrica. Ou seja, pouco aumento da espessura e grande aumento da cavidade dos ventrículos. 

Sabemos que a imensa maioria de esportes tem os dois estímulos combinados, o aeróbico e anaeróbico, com preponderância de um deles e é isto que vai determinar uma dessas formas ou um equilíbrio entre as duas formas. Nos esportes coletivos, temos mais uma variável, a posição do atleta. Um goleiro, lateral e atacante têm corações muito diferentes na forma e no ritmo de suas pulsações. No vôlei, basquete, futebol de salão, nas corridas curtas e longas, as diferentes alterações ocorrem pelas posições no time. Alguns médicos chegam a "adivinhar" o esporte e a posição de um atleta apenas examinando o seu eletrocardiograma. 
Outro grande fator que modifica o coração é a origem genética e étnica; os afrodescendentes têm mais alterações dos exames do que as encontradas nos europeus e asiáticos, mesmo quando fazem os mesmos esportes nas mesmas posições. Tudo isso mostra a grande dificuldade e sem dúvida a importância do profundo conhecimento do que chamamos de coração de atleta, pelas tantas variáveis que causam dificuldades mesmo entre médicos treinados nesse tema. Diferenciar cardiopatia de adaptação fisiológica é hoje uma tarefa de profundo conhecimento e ainda com muitas interrogações.

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